O Elefante Acorrentado

Querido paroquiano,

Conhecido por contar uma parábola a cada celebração, nosso pároco, Padre Vanderlei Nunes, enternece os nossos corações com suas estorinhas tão cheias de significados para a nossa caminhada na vida.

Deleite-se ao relembrá-las ou leia pela primeira vez, preparando-se para receber este presente aqui também registrado. É como se ouvíssemos o Padre Nunes recontando cada uma delas, com seu jeito único e terno de pai de nossa comunidade! Boa leitura!

Você já observou elefante no circo?

Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunal.

Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma das suas patas à uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a estaca fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério!!! Por que o elefante não foge? –  perguntei a um adestrador.

Ele me explicou que o elefante não escapa porque está amestrado.

Novamente, pensei: “se está amestrado, por que o prendem? ”.

O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso. Naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar e, com todo esforço, não pode se soltar. E apesar de todo esforço, não conseguia sair: a estaca era muito pesada para ele. O elefantinho tentava, tentava e nada…

Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado à estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.

Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode.

Jamais, jamais voltou a colocar à prova sua força.

Isso muitas vezes acontece conosco!

Vivemos acreditando em um montão de coisas: “que não podemos ter”, “que não podemos ser”, “que não vamos conseguir”, simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo; ou ouvimos tantos “nãos” que a “corrente da estaca” ficou gravada na nossa memória com tanta força que perdemos a criatividade e aceitamos o “sempre foi assim”.

De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: “não posso”, “é muita terra para o meu caminhãozinho”, “nunca poderei”, “é muito grande para mim”.

A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!

Vamos em frente!

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